Família e Amigos

Algumas histórias 

Dinda Sandra

Quando soube que minha prima Fernanda estava grávida foi uma felicidade só.

Mesmo sabendo que Cesar queria muito ser pai, pois me revelou certa vez quando fui à Portugal visitá-los, sabia que ter filhos não fazia parte do projeto da Fernanda porque o trabalho estava em primeiro plano.

Mas as coisas mudam, não é mesmo?

E ela se tornou a mãe mais dedicada, comprometida e amorosa com nossa pequena Carol.

A gravidez foi repleta de carinhos e paparicos à mamãe. Eram muitas fotos com a linda barriga da baby Carol. A família estava em êxtase.

Posso falar que curtimos demais essa fase da gestação. E finalmente nasceu a nossa tão esperada Carolina. Infelizmente não pude estar presente no dia do nascimento porque estava viajando, o que me deixou muito triste. Mas sabia a todo o momento tudo o que estava acontecendo e não via a hora de tê-la em meus braços.

Três dias depois, pude sentir aquele corpinho quentinho e aqueles olhinhos me observando, foi muito emocionante.

Logo depois, eu e minha irmã gêmea fomos convidadas para sermos as "madrinhas" da Carolina. Quanta emoção. O mais incrível foi na hora do batizado a Nanda dizer ao Padre que não conseguiria escolher uma só para ser a madrinha, pois éramos gêmeas e o Padre abençoou essa dupla de madrinhas. Foi lindo demais!!

Enfim... passaria dias escrevendo, mas isso a Fernanda revelou em várias passagens do seu blog.

O que quero dizer pra Carolina é que ela teve a sorte e a benção de Deus de ter os melhores pais.

A dedicação que eles têm com a Carolina é algo impressionante. Não medem esforços para vê-la sempre bem. E vão sempre em busca de uma melhor qualidade de vida para a nossa Carol. Não tem tempo feio para eles.

E isso é lindo de se ver.

E preciso dizer também que a dinda Sandra está aqui para o que precisar.

Te amo muito, Carolinda!! E meus parabéns aos 3 guerreiros.

A minha família.

Por parte vovô Fernando

É tanta gratidão, que me falham as palavras.

É tanto agradecimento, que juro que nem sei bem por onde começar.

Mas preciso contar para já essa história.

No meio de um momento bem complicado, perdi um trabalho que tinha, como renda extra. Na fase de maior dúvidas e incertezas em relação à saúde da Carolina. E de repente comecei a receber ajuda, uma fundamental ajuda mensal, de uma das pessoas mais maravilhosas que conheço. Sem eu pedir, sem eu ter sequer mencionado.

A pouco tempo tive a sabedoria, de lhe lembrar o quanto ela é importante, o quanto a amo e o quanto nos ajudou num momento tão difícil.

Sei que o meu pai do céu, sorri, a cada linha que escrevo. Porque eles, irmãos, sempre se ajudaram. E hoje sem ele aqui presente, ela me envia diariamente mensagens, da mesma forma que ele fazia em vida. Quanto amor. Como esquenta o meu peito.

As suas filhas, seguem o seu exemplo e até hoje, sempre estão ao meu lado em todos os momentos difíceis que passo com a Carolina. Ou seja, uma Mãezona que transformou duas outras mães maravilhosas em exemplos de vida.

O que aprendi nesse momento, não tenha vergonha. Peça ajuda. Fale que ama. Agradeça. Mostre o quanto você precisa de apoio e o quanto agradece a quem está lá de verdade. Principalmente quando falamos da saúde de um filho.


Vovó Materna

Lembro do dia que a minha mãe pela primeira vez assistiu a uma convulsão da Carolina. Eu fiquei no quarto chorando deitada, após ela voltar a si... porque me sentia esgotada e vazia.

Minha mãe foi até à sala, chamou o Cesar e nos abraçou. Ali pela primeira vez ela entendeu, viu, sentiu, tudo o que estávamos passando. Ela interiorizou o terror que sentimos quando um filho fica roxo nos nossos braços.

Senti que ali a minha mãe entendeu o quanto eu tinha mudado. O quanto a vida me tinha mudado. O quanto eu precisava dela. O quanto nos duas tínhamos a aprender com a Carolina. E o quanto iríamos ainda mudar por ela.

E aqui assumo, o quanto eu ainda preciso do colo de mãe.

O quanto à exaustão desses momentos, trazem hoje pesadelos e medos.

Sim, admito, preciso muito e cada dia mais da minha mãe. Estas linhas são como um pedido de ajuda oficial.

A Tia Beth

Nunca fomos irmãs muito próximas. Hoje adulta, entendo que a maior parte, deve-se porque temos feitios diferentes e gostamos de coisas distintas. 

Porém algumas coisas nos ligaram ao longo da vida. O Surf foi uma delas.

Mas a maior e principal é realmente a Carolina.

Confesso que nunca tinha visto a minha irmã demonstrar sentimentos a flor da pele, exceto com a Carolina.

Me lembro de situações como:

A Carolina pedir para ir ver a tia e quando lá chegou correu para o colo para abraçá-la. Cena inesquecível.

Me contarem que ela sempre fala da Sobrinha com orgulho e amor.

De lhe pedir para vir comigo numas consultas complicadas, quando estávamos avaliando a internação para a colocação de botox e gesso nas pernas e ela tirar o dia para isso.

Mas a maior, foi quando a Carol internada pela meningite, pedia para a Tia ir visita-la, diariamente. E cada vez que a porta do quarto do hospital se abria e ela via o sorriso da Tia Beth, ela gritava "tiiiaaaaaa", o meu coração aquecia.

Sim, acho que se a Carol tem um dom, um deles foi derreter o coração da Tia Beth.

Amigos de Verdade

Mãe e Filho

Preciso falar da minha amiga Lu.

Estávamos na piscina do nosso prédio e percebemos que os nossos filhos eram amigos e que estudavam juntos. Estudavam na mesma sala e nem sabíamos?

Que coincidência! Mas hoje vejo que na vida realmente não existem coincidências. Existe Sorte! Energia. Atração. Poder divino.

Ela era e seria a minha melhor amiga aqui no RJ.

Nossos filhos se adoram e nós as duas também.

Ela me ajuda de tantas formas que nem sonha o quanto.

Nunca viu a Carolina como uma menina diferente e olha que ela nos acompanhou em momentos bem difíceis. Até hoje foi das poucas pessoas que presenciaram uma convulsão da Carol.

E o príncipe dela, que amor. Que gentleman. Que carinhoso ele é sempre...

Fica com a Carolina em casa, em momentos que preciso descansar, ter um momento de casal ou até mesmo fazer um supermercado. Cuida, trata e acarinha a minha filha como se filha dela fosse.

Em momentos, de maior dificuldade, sempre esteve lá. Pronta. Disponível. Ativa.

Sempre me disse: Você é mulher muito especial e merece ser feliz todos os dias da sua vida.

Querida Lu, aqui fica o meu verdadeiro agradecimento por ser minha amiga, minha irmã minha companheira de parquinhos e de lagrimas em momentos muito felizes ou dolorosos.

Do outro lado do Atlântico

Jacinta

Um dia, estava no escritório do RJ e uma colega comentou que estava recebendo uma medicação por correio e que iria enviar para uma outra colega nossa no Porto (Portugal).

Quando olhei para o remédio, vi que era o mesmo que a Carol tinha começado a tomar para epilepsia no dia anterior. Pedi para passar o meu contato, senti que podia ajudar de uma forma simples até.

Entendi que em Portugal não existia esse remédio e por isso uma mãe de uma outra cidade do Brasil enviava para ela.

Como o mesmo precisava de receita médica, conversei com a Neurologista da Carol que na hora se prontificou a passar mais doses para eu pudesse comprar e enviar pelos nossos colegas que fazem ponte aérea: Brasil-Portugal.

Essa mesma médica, com coração enorme, se disponibilizou a analisar e estudar o caso do Vasco.

Passados esses 2 anos, posso dizer que a Jacinta é minha amiga do coração. Nunca nos vimos pessoalmente, mas como trabalhamos no mesmo grupo temos a facilidade de conhecer meio mundo em comum e falar de temas similares.

Todos os dias, trocamos longas mensagens de apoio uma a outra. Como se ela estivesse aqui sentada do meu lado, ou eu lá na Maia.

É impressionante como podemos ser tão próximos e ligados, apenas por sermos mães. O Vasco é um Guerreiro como poucos conheci. Tem enfrentado dos piores desafios de vida e os seus pais, mais guerreiros ainda ao lado dele. Sempre lá, de pé.

Lembro dela me descrever as noites, meses e meses, na UTI pediátrica e o quanto ela por vezes nem se reconhecia. Que tinha até medo das coisas que pensava. Como a entendi, meses depois quando a Carol ficou internada por uma Meningite.

É minha amiga... os nossos Guerreiros nos uniram e sabe, devo muito deste blog a você que me motivou e inspirou diariamente a continuar apoiando e ajudando outras mães.

Aprendizagem:

  • Medicamentos para epilepsia que existe em um país por vezes não tem em outro.
  • As mesmas dores que sentimos aqui, outras sentem do outro lado do oceano e graças a tecnologia de hoje, o suporte emocional é diário.

As Madrinhas

As madrinhas da Carol.

Quando descobri que estava grávida, soube na hora que as minhas primas gêmeas seriam as madrinhas.

Mas como escolher uma? Impossível. Elas são iguais não só fisicamente, mas no meu coração e na minha vida. No tamanho do coração delas e na essência de cada uma.

Em todos os meus momentos de desespero, sempre recorro as duas. Não tem como escolher uma...

O nome Carolinda, vem de um grupo, onde nós as 3 diariamente falamos.

Várias vezes na vida, me confundiram com elas. Na praia, no elevador, até mesmo na festa de aniversários das duas. O nosso DNA é igual. Por vezes brincávamos que éramos trigémeas e as pessoas acreditavam...

Então entendam, como escolher uma, para o caso de algo falhar comigo?

No dia do batizado, numa igreja linda do Leblon, o padre olhou para as duas e disse, como assim?

Eu respondi, pois é Senhor Padre, como poderei escolher apenas uma?

E no mesmo momento ele permitiu que ambas batizassem a Carolina, além do Padrinho (Dindão MARAVILHOSO).

E aí eu penso é ou não mão de Deus?

Nos meus dias, elas têm uma importância que eu acho que nem elas sabem. Ambas criativas, guerreiras, lutadoras, lindas, charmosas e acima de tudo, EXEMPLOS de mãe.

Eu sei, que se algum dia algo acontecer comigo, a Carol terá duas mães tão ou mais especiais do que eu.

O amor que elas têm pela "nossa filha" é na mesma proporção da admiração que tenho por elas.