Andrecielly

Uma história de garra!

Eu conheci a Andrecielly no Correndo por Eles.

Uma menina de um sorriso encantador. 

Uma história de coragem de alguém que lutou tanto por viver, que hoje merece contar a sua história de vitórias e de uma garra exemplar com tão pouca idade. Sabe bem o que quer e sempre o demonstrou.

Leia em seguida a sua história, escrita pelo próprio punho, aos seus 22 anos de idade (2020).

Olá pessoal tudo bem?

Eu me chamo Andrecielly tenho 22 anos e aos meus 5/6 anos de idade eu estava em uma festa brincando com minha prima de rodar, daí caí e bati a cabeça, mas levantei e voltei a brincar normalmente.

Uma semana depois eu havia tido uma convulsão. Acordei no hospital e a médica disse para minha mãe que eu estava bem... disse que eu só tinha uma bolha de sangue no cérebro que ia se desfazer conforme eu fosse crescendo.

Novamente tive outra convulsão e mais uma vez acordei no hospital, mas dessa vez me encaminharam para o Cardoso Fontes onde fui tratada dos meus 6 aos 18 anos de idade pela Dra Tânia Saad.

Chegando lá a doutora pediu vários exames que fiz. No dia de minha consulta ela disse: "Dona Andréa a Andrecielly tem epilepsia e encefalite de Rasmussen".

Minha mãe simplesmente pediu uma luz para a minha Jaburu (no caso a Dra Tânia) porque eu já nem andava nessa época, e também não falava.

Quando minha médica disse: "tem mais uma coisa mãezinha, a Andrecielly tem que operar imediatamente pois metade do cérebro dela está "estragado"".

Aqui no RJ não tinha tratamento para mim, pelo fato da doença ser muito rara me mandaram para Ribeirão Preto interior de São Paulo, e foi onde eu fiz a minha primeira cirurgia.

Lá os médicos falaram para minha mãe que eu iria morrer com 10 anos de idade. Mas veio os meus 10 anos, depois 11, 12, 13, 14, 15 anos de idade e eu continuei bem.

Estava na véspera do meu aniversário de 16 anos e as crises voltaram.

Com 18 anos já não dava mais, eu já havia dado 48 horas de crises e foi aí que minha equipe de SP sugeriu que eu fizesse uma segunda cirurgia. Ninguém da minha família foi a favor, todo mundo contra! 

Mas eu falei: "mãe eu quero fazer, sei que eu vou correr vários riscos mas eu quero fazer!" 

Mas ela insistiu: "não você não vai fazer". 

Então eu conversei com meu pai, vai ser melhor para mim, as minhas crises vão embora.

Mas todo mundo insistia em não operar, porque o médico disse que a possibilidade de eu vegetar seria enorme!

E eu sempre inistindo, eu vou fazer! Eu quero! 

Até que vamos até São Paulo para uma consulta e meu Neuro, que disse:  "Andrieli você já tem 18 anos e 11 meses essa cirurgia vai fazer com que você melhore por algum tempo".

Eu já desesperada pelo fato de sentir dores o dia todo por conta dos músculos que vão contraindo, eu falei: "mãe eu vou fazer cirurgia sim!" 

E ela já cansada de me ouvir falar dessa cirurgia, ligou para o meu pai, onde ele simplesmente respondeu, a Andrecielly já é maior de idade a escolha é dela.

Falamos com o doutor e assinamos toda papelada e no mês seguinte voltamos para minha internação e a tão sonhada cirurgia. 

Fiz a minha segunda cirurgia com 19 anos de idade.

O meu cirurgião foi me checar e disse: "você tem um mês de vida!"

Eu respondi: "O Doutor acredita em Deus?" 

Fiquei sem resposta e aqui estou eu com 22 anos de idade, 4 anos sem crises, sou atleta pcd, influenciadora, palestrante e escritora. 

Nunca acreditem no diagnóstico do médico pois eu não ia voltar a andar e nem falar e hoje em dia sou uma pessoa normal.